TRATAMENTO CIRÚRGICO DAS EPILEPSIAS PARCIAIS
 
7. Hemisferectomias e hemisferotomias (focos múltiplos localizados no mesmo hemisfério cerebral)
(Quais são os sintomas da epilepsia?)

Muitas vezes o foco ou focos epilépticos não estão localizados numa área restrita do cérebro, mas ocupam todo um hemisfério cerebral (como nos casos de malformação cerebral extrema chamada de hemimegalencefalia, ou nos casos de isquemia cerebral intra-uterina) em que a criança já nasce com um lado do corpo mexendo menos que o outro e apresentando crises de difícil controle. Há também crianças que nascem e desenvolvem normalmente até geralmente 5 a 6 anos e passam a desenvolver crises epilépticas associada a hemiparesia (mexe menos um lado do corpo) como na Síndrome de Rasmussen. A cirurgia consiste na remoção ou a desconexão de todo um hemisfério cerebral.

 

7a) Hemimegalencefalia


Figura 83 - Ressonância nuclear magnética de crânio demonstrando que todo o hemisfério cerebral esquerdo é malformado.


Figura 84 - Fotografia do cérebro obtida durante a cirurgia.


Figura 85 - Ressonância nuclear magnética de crânio realizada após a cirurgia demonstrando remoção praticamente total do hemisfério cerebral esquerdo (hemisferectomia). A criança não teve mais crises em 2 anos de seguimento.

7b) Isquemia intra-uterina

 

Figura 86 - Ressonância nuclear magnética de crânio realizada antes da cirurgia demonstrando uma grande área de seqüela de isquemia antiga no hemisfério cerebral esquerdo.

 

Figura 87 - Fotografia do cérebro obtida durante a cirurgia.

 

Figura 88 - Ressonância nuclear magnética de crânio realizada após a cirurgia. Com a nova técnica cirúrgica chamada hemisferotomia (Wen HT, Rhoton AL Jr, Marino R: Anatomical landmarks for hemispherotomy and their clinical application. J Neurosurg 101, 747-755, 2004), o hemisfério cerebral esquerdo desse paciente foi totalmente “desconectado”, não sendo necessária a sua remoção. A paciente está livre de crises há 4 anos.

 
7c) Síndrome de Rasmussen
 

Figura 89 - Ressonância nuclear magnética de crânio realizada antes da cirurgia demonstrando atrofia do hemisfério cerebral direito em relação ao hemisfério cerebral esquerdo.

 

Figura 90 - Fotografia obtida durante a cirurgia.

 

Figura 91 - Ressonância nuclear magnética de crânio realizada após a cirurgia. Com a nova técnica cirúrgica chamada hemisferotomia (Wen HT, Rhoton AL Jr, Marino R: Anatomical landmarks for hemispherotomy and their clinical application. J Neurosurg 101, 747-755, 2004), o hemisfério cerebral direito desse paciente foi totalmente “desconectado”, não sendo necessária a sua remoção.