Crises tônico-clônicas
generalizadas
Como identificar?
- A pessoa geralmente emite um grito,
perde a consciência, cai e apresenta um enrijecimento
do corpo (fase tônica da crise) e passa a ter abalos
no corpo por 1 a 2 minutos (fase clônica da crise).
Geralmente ocorre uma parada da respiração
por 20-30 segundos (ocasião quando a pessoa fica
"roxa"). Pode haver perda de urina e raramente
perda de fezes durante a crise.
Após passar a crise, a pessoa
apresenta uma respiração profunda e ruidosa,
com intensa salivação e fica sonolento e
confuso, num estado chamado de "estado pós-ictal".
O que deve ser feito?
1. Fique calmo. Deixe a crise acontecer,
não tente interferir com a crise.
2. Coloque um objeto macio (por exemplo
um travesseiro) embaixo da cabeça da pessoa que
está tendo crise.
3. Gentilmente afrouxe a gravata
e ou colarinho da camisa para facilitar a respiração,
afrouxe o cinto, os botões e remova os óculos
4. Remova da área quaisquer
objetos (mesa, cadeiras) que possam ser perigosos para
a pessoa.
5. Coloque a pessoa deitada "de
lado", para evitar que a saliva e ou às vezes
conteúdo de vômito possa entrar no pulmão
da pessoa. Esta posição também impede
que a língua caia para trás, bloqueando
as vias aéreas.
O que NÃO dever ser feito?
- Não tente restringir os
movimentos da pessoa durante a crise, a não ser
que seja para prevenir contra qualquer acidente eminente.
- Não tente colocar nenhum
objeto na boca da pessoa, principalmente entre os dentes
para tentar "impedir que morda a língua".
Isso pode quebrar os dentes da pessoa.
- Não tente colocar dedo na
boca da pessoa para "segurar" a língua
durante a crise.
- Não tente dar líquidos
durante ou no fim da crise
- Não faça respiração
"boca a boca" e nem precisa oferecer O2. Se
a pessoa ficar "roxa", espere, porque geralmente
passa ao término da crise.
- Se a respiração não
voltar após término da crise, deve-se tentar
respiração 'boca a boca".
Quando devo chamar uma ambulância?
- Quando a crise durar mais de 5
minutos.
- Quando a segunda crise ocorrer
logo em seguida à primeira ou quando ocorrem várias
crises seguidas, praticamente não havendo intervalo
entre as crises.
Recomendamos que a pessoa utilize
um identificador ou corrente com placa de identificação
ou pulseira com identificação. Na placa
de identificação deve constar o nome e o
telefone da pessoa a ser comunicado no caso de uma emergência,
o nome e também o número do telefone do
médico do paciente.
Crises parciais complexas
São também chamadas
de crises psicomotoras ou epilepsia do lobo temporal.
São chamadas de complexas porque há alteração
do nível de consciência neste tipo de crise
e parcial porque as crises originam-se numa região
restrita do cérebro.
Como identificar?
Geralmente a pessoa fica parada,
inclusive com o olhar parado, frequentemente apresentam
movimentos na boca como se estivessem mastigando, sugando
ou engolindo algo (automatismos orais). Frequentemente
apresentam movimentos automáticos com as mãos,
porém sem nenhum propósito, ou simplesmente
continuam a fazer os movimentos que estavam fazendo logo
antes do início das crises (automatismos manuais).
Há alteração
da consciência, as pessoas ficam sem saber onde
estão, o que está acontecendo. Podem parecer
que estào confusos ou estar com medo e eventualmente
podem sair caminhando sem propósito definido.
Eventualmente podem apresentar movimentos
automáticos mais bizarros, como chutar, pedalar,
gritar, correr e mais raramente movimentos que simulam
masturbação e ou outros movimentos que simulam
ato sexual.
A crise em si dura em geral de 1
a 2 minutos e é geralmente seguida por um período
de confusão mental e às vezes dificuldade
para falar que dura vários minutos. As pessoas
não se lembram do que aconteceu durante as crises.
O que deve ser feito?
- Fique calmo e fala de maneira suave
para a pessoa, porque muitas pessoas podem ter somente
alteração parcial da consciência e
podem reagir a estímulos físicos e ou emocionais.
- Proteger ou afastar a pessoa de
perigos potenciais, como afastá-la de um fogão
ou ferro ligado, de uma escadaria. Lembrar que muitas
vezes as crises podem ocorrer na rua e a pessoa pode sair
andando no meio da rua, neste caso temos que conduzí-la
de maneira não forçada a afastar-se das
ruas, dos trilhos de trem etc...
- Quando as crises apresentam características
que possam causar constrangimentos posteriores para a
pessoa, procure afastá-la de maneira não
forçada de locais públicos e conduzí-la
para um local menos movimentado, mais privativo.
O que NÃO dever ser feito?
- Não grite e não espere
que a pessoa siga seus comandos verbais. Lembre-se que
a consciência dela está alterada.
- Não restrinja os movimentos
da pessoa, a não ser para afastá-la de potenciais
perigos.
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